A coluna Daniel Nascimento revelou, em primeira mão, que Gloria Pires foi condenada a pagar mais de R$ 500 mil à sua ex-cozinheira, Denise de Oliveira, após processo na Justiça do Trabalho. Agora, em novo desdobramento obtido com exclusividade por este jornalista que vos escreve, a Justiça manteve a condenação.
Segundo documento acessado pela coluna, Glória Pires até tentou recorrer em segunda instância, mas, devido a um erro técnico da própria defesa, o recurso não chegou a ser analisado. O motivo: as custas processuais e o depósito recursal foram pagos por terceiros, e não diretamente pela atriz, como exige a legislação. O deslize resultou na chamada deserção do recurso — ou seja, na anulação automática da tentativa de apelação.
A defesa de Gloria ainda tentou reverter a situação, mas os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, sob a presidência da desembargadora Claudia Maria Sämy Pereira da Silva foram categóricos e unanimes: "Assim sendo, por deserto, NÃO CONHEÇEMOS do recurso ordinário interposto pela reclamada [Gloria Pires]".
Com isso, segue valendo a sentença anterior, que condena a atriz a indenizar a ex-cozinheira por horas extras, intervalo intrajornada e reflexos trabalhistas.
Os desembargadores também decidiram que a ex-funcionária não precisará arcar com as custas do processo, benefício que havia sido negado na sentença de primeira instância. Por outro lado, mantiveram indeferido o pedido de indenização por acidente de trabalho, alegando contradições entre o horário do suposto acidente e o término da jornada da trabalhadora, conforme relatos da própria autora do processo. Além disso, depoimentos colhidos indicam que o episódio teria ocorrido fora do expediente. A decisão foi proferida no dia 14 de abril.
A coluna entrou em contato com a assessoria de Glória, que até o fechamento desta nota não se pronunciou. O espaço segue aberto para manifestações.
Gloria Pires é condenada em mais de R$ 500 mil
A atriz Gloria Pires foi condenada a pagar R$?559.877,36 à ex-cozinheira Denise de Oliveira, que trabalhou por anos em sua residência. A funcionária alegou ter cumprido jornadas exaustivas, superiores a 12 horas por dia, com apenas 30 minutos de intervalo para o almoço, além de ter sofrido um acidente doméstico enquanto atuava na casa da artista. A queda de uma gaveta de congelador sobre seu braço foi um dos pontos levados em consideração pela Justiça ao calcular o valor da indenização.
Segundo apurou esta coluna na época, Denise entrou na Justiça solicitando quase R$ 700 mil, valor que incluía reflexos trabalhistas, danos morais e compensação pelo acidente sofrido durante o expediente. A proposta feita inicialmente pela defesa de Gloria foi de cerca de R$ 35 mil, bem abaixo do montante solicitado. A ex-funcionária recusou a oferta, que considerou desproporcional diante do tempo de serviço prestado e da sobrecarga de trabalho relatada no processo.